Os Ancestrais de Ávalon (costura sensacional)

Saudações da Luz!

Bem, vamos a Diana Paxson.  Confesso que até muito pouco tempo atrás eu torcia bastante o nariz para a Diana. Não sei porque cargas d'água eu imaginava ela meio como a Stephanie Meyer, jovem, magra, bonita e de mente meio vazia. O primeiro livro dela que li, A sacerdotisa de Ávalon, não me convenceu, nem consegui terminar. Eu não gostava da narrativa dela, achava que ela dava um ar meio falso às histórias. Tinha um pouco de ciúmes também, como se ela estivesse desonrando e plagiando a Marion. Mas isso começou a mudar com Os ancestrais. Diana, na verdade, é uma importante colaboradora, amiga pessoal e continuísta da obra da Marion, citada inclusive no prefácio original de As brumas de Avalon. Marion a agradece por tê-la ajudado na pesquisa sobre os celtas e Britânia e celebra a amizade das duas. Como ela ajudou a escrever As Brumas de Avalon, ficou encarregada, após a morte da Marion Zimmer em 1999, de continuar a saga e escrever os trechos faltantes da história. 

Apesar de ter gostado, algo na narrativa de Os ancestrais me soou um pouco estranhos. Percebi que em certos detalhes o que me incomoda é uma tradução meia boca, mas em outros é o jeito que o enredo se desenrola mesmo: esse livro tem uma tonelada de personagens, que são apresentados de uma vez só. De repente em uma mesma página tem um monte de gente agindo e pensando, você fica meio perdido. Também aparecem umas referências estranhas muito subitamente, muitos nomes de deuses, lugares e templos sendo apresentados rápido demais e com uma "naturalidade" dos personagens que me soou um pouco forçada.. Os cenários não são apresentados direito e isso incomoda um pouco e existe uma certa superficialidade de muitos personagens pensando juntos ao mesmo tempo. 

Mas apesar dos pesares, pra mim foi uma leitura que valeu demais a pena. E por que? Porque ela resgata talvez o primeiro livro desse universo que eu li na vida: A Queda de Atlântida. Os ancestrais de Avalon é o livro que fecha o ciclo, é a costura entre todas as principais obras de Marion. A história desse livro começa na Atlântida com os filhos de Domaris e Deoris, que se tornaram sacerdotes e estão fugindo do Afundamento que aconteceria em alguns meses, já estava previsto. Lá atrás vimos o fim da Queda de Atlântida com o anúncio de uma tragédia que viria. Riveda havia abusado de seus poderes mágicos, meio que pende pro lado negro da força e libera uma força da natureza catastrófica. Agora, Tiriki e Micail, a filha de Deoris e Riveda e o filho de Domaris e Micon, primos e casados, são sacerdotes supremos que lideram o povo atlante sobrevivente na jornada marítima até a costa da Britânia. Durante o Afundamento não apenas maremotos aconteciam, mas também uma série de erupções vulcânicas. As belas e majestosas cidades atlantes foram destruídas no cataclisma, muitas pessoas morreram e devido ao tumulto o casal acaba de separando, embarcando em navios diferentes e chegando a diferentes partes da Inglaterra. A narrativa então se divide em duas sob o ponto de vista de Tiriki (Tiriki é uma vida anterior da Morgana. Ela descobre no navio que está grávida de Micail e junto com alguns sacerdotes chega aos pântanos que rodeiam Avalon e o Tor. Já existia uma comunidade nativa lá, com seus templos, deuses e cultura próprios. Os nativos se unem com os sacerdotes, que chegam nessa região mais pobre e precisam aprender a arar a terra e caçar para sobreviver, tendo início assim as Sagradas Tradições de Avalon) e o de Micail (que chega na região que depois ficaria conhecia como Tintagel. É uma região mais rica e ele está junto com o príncipe, que começa a pirar em reconstruir toda a glória atlante ali naquela região da Inglaterra mesmo. Uma região que já tinha rei e rainha e eles não gostam muito da idéia. Mas aproveitam a magia dos sacerdotes que conseguiam mover grandes pedras através da emissão de sons e a construção de um grande templo é iniciada. Não dá muito certo, a parada desmorona no final com a bagunça energética que eles iniciam ao tentar coagir os amiguinhos que estavam em Avalon. - Esses atlantes tem essa mania de bagunçar as energias, resultando no desmoronamento do que constroem. Mas pelo menos, dessa zorra saiu Stonehenge.)

É um bom livro, necessário pra sentir a continuidade das histórias. Ele é escrito com ajuda do David Bradley, filho da Marion que também participou da pesquisa para A queda de Atlântida.


Comentários

  1. A história possui muitos personagens realmente, assim como o livro A casa da floresta que tive que ler com muita calma e prestando muita atenção para não me perder no meio de tantos personagens e diálogos. Diana L. Paxon escreve bem mas nada se compara a própria Marion!

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