Dentre Capitais: Brasília ou Thendara?

Ok, ok....

     Todos os registros terráqueos indicam que eu nasci há exatos 29 anos e alguns dias no hospital Santa Lúcia, Asa Norte - Brasília DF. Mas um lado do meu espírito já viveu em Darkover não tenho a menor dúvida! Eu me sinto tão familiarizado com o universo darkovano que ontem mesmo estava na internet a procura de um cristal azul para comprar!

     Acho que minha paixão pelos livros Darkovanos remetem à minha infância quando comecei a ler os romances. Minha família fazia parte de um grupo espirítualista/místico/terapêutico que se reunia numa fazenda aos pés uma montanha considerada sagrada lá em Alto Paraíso de Goiás. E o grupo tinha uma levada de fazer trabalhos com temas medievais, Mago Merlin só pra citar, não gosto de falar muito, não por ter sido ruim, mas por respeitar um período de aprendizagem que já se encerrrou na minha vida. Mas era um barato e é a origem do meu amor por Darkover, acho que no fim das contas os romances acabam me remetendo ao que eu vivia naquela fazenda.

     Enquanto nevava nas Hellers, chovia muito e precisávamos ficar ilhados na Fazenda. Na Guilda das Renunciantes algumas mulheres se abrigavam para expressar sua homossexualidade com mais liberdade, o mesmo acontecia com algumas poucas mulheres do grupo que precisavam de atividades terapeuticas para conviverem felizes com a própria homossexualidade. E quando descrevem aquelas refeições dos livros darkovanos? Só não dá pra comer coelho de chifre aqui na Terra, mas rolava coelho assado quando fazíamos Festival do Solstício ou do Equinócio quase todos os anos. Mingal de Aveia então? Quase onipresente nos livros darkovanos e também em toda minha infância. Pessoas vestidas com túnicas, roupas leves, dançando juntas sob a luz da lua, das estrelas e das fogueiras, com som de atabaques, palmas e cânticos antigos. Já não sei mais se é uma Dança do Vento Fantasma ou um memória real da minha infância, as recordações se misturam.

     Toda vez que leio as descrições das reuniões dos Círculos de Matriz me vem a mente as reuniões de mesa branca, com presença de entidades e que demoravam a noite inteira, na Fazenda. As memórias que me chegam poderiam ser relatadas pela própria Marion: um grupo de pessoas unidas por um Amor que perpassa tudo, muito além do contato físico, muito além talvez, dessa encarnação. E depois do trabalho mediúnico, aquela fooome... Pessoas cuidando uma das outras, haviam até monitores (não com os termos usados em Darkover claro) mas quando alguém ficava muito tempo com uma entidade outra pessoa precisava observar o corpo do médium, cãimbras essas coisas...

     As histórias mais "Sword" e menos "Sorceress" também me puxam para a realidade material. Deixa eu me explicar melhor Sword and Sorceres "Espada e Magia" é um gênero de literatura na qual a obra Darkover se encaixa. Então o lado "Sword" seria mais focado nos duelos, na Irmandade da Espada, Guilda das Renunciantes, disputas por Domínios, Era dos Cem Reinos.... Já o lado "Sorceress" fica por conta dos dons de laran desenvolvidos nas castas dominantes. Então, os livros me puxam pelo lado Sorceress e também pelo lado Sword, sempre acabo um livro com uma vontade de cavalgar, entrar numa adega encher a cara de vinho e cair numa luta de adagas, sei lá!!!

Bem, aí em cima uma foto para ilustrar o quanto Alto Paraíso é uma cidade darkovana!

 E é por essas e outras que sinto Darkover tão presente na minha vida. As vezes tenho certeza que vou para lá quando durmo!