Darkover é Ópera Espacial?

          A Deborah já me autorizou a fazer algumas adaptações dos textos dela, mas ela não quer que eu copie muita coisa. Mas gostei da discussão que ela levantou e acho que a galera que frequenta o Flor de Kireseth também irá curtir. Existe um gênero literário que é conhecido como Ópera Espacial e nesse post a Deborah discute se a saga Darkover se enquadra ou não nesse gênero.
       Segundo a Wikipedia,  - "Opera Espacial é um subgenero de ficção científica que enfatiza o romantismo, em aventuras frequentemente melodramáticas, situadas principalmente ou totalmente no espaço sideral, geralmente envolvendo conflitos entre openentes que possuem habilidades e tecnologias avançadas. O termo não tem relação com música e é análogo à soap opera (novelas norte americanas). Talvez a característica mais marcante de uma ópera espacial é que cenários, personagens, batalhas, poderes e temas tendem a ser em grande escala. As vezes o termo Opera Espacial é utilizado pejorativamente para denotar má qualidade, mas seu significado pode diferir, frequentemente descrevendo um gênero particular de  ficção científica sem nenhum julgamento de valor. "
       O engraçado é que na discussão, a Debbie puxa a sardinha pros livros que foram escritos por ela, mas tudo bem, ela tá perpetuando a saga, então deixa ela se promover!!!!
       Bredin, aí vai minha adaptação das reflexões da Deborah J. Ross. Enjoy it!

      " Meu marido, o escritor Dave Trowbridge, e eu estávamos discutindo o apelo de Operas Espaciais no café da manhã. O que é isso e por que é um apelo. Basicamente, ópera espacial é um tipo de ficção científica em grande escala, altamente dramático e as vezes melodramático. Tende a ter elementos militares - imensas batalhas que determinam o destio de impérios galácticos, esse tipo de coisa. Entretanto, a Wikipedia diz que não tem nada a ver com a forma musical, eu acho que isso reflete a sua própria ignorância (da Wikipedia). O que a opera espacial e a òpera musical tem em comum é ser maior do que a vida, ou ainda mais brilhante e mais intenso do que a vida. Ópera era, acima de tudo, a personificação de um entretenimento cheio do efeitos especiais do tipo high tech e 'jogue fora suas meias' por séculos. Música, letras, cenários e roupas, para não mencionar portas com armadilhas e armas de arame, animais exóticos e fogos de artifícios. Mas isso é outro tópico.
Nós concordamos que amamos o grande escopo de tais sagas, mas isso tem que ser equilibrado por momentos emocionalmente íntimos. O mesmo acontece, pelo menos para mim, em fantasia épica. Monstruosas forças do mal estão ameaçando todo o mundo, vulcões explodindo aos milhões, rios de fogo e veneno... e então um detalhe dos personagens, que são tão humanos, que tocam meu coração, e não somente minha endorfina (que libera a adrenalina).
       O que me traz a Darkover.
      Tecnicamente, a série é ficção científica, e se você ler os livros mais recentes, isso é mais claro. Conforme Marion desenvolveu o mundo e explorou sua história, a menor parte das histórias envolve eventos no espaço e o choque de culturas, e são mais focadas nos conflitos dentre os Sete Domínios.  Para mim, essa primeira experiência, íconica, permanece. 'Personagem vem para Darkover e descobre.... aventura, perigo, ele mesmo e seu passado'. E eu descubro essas coisas junto com ele.
      Em algum lugar ao longo do tempo, as românticas sensibilidades dos livros Darkover mais recentes tocam no senso de fantasia. Acima de tudo, pessoas estavam montando cavalos e espetando uns aos outros com espadas. Laran tem um aspecto de semi-mágica, mesmo a terminologia (encantamentos).  Mas há algo grandioso e semelhante à opera em muitas das histórias. Pense em Rainha da Tempestade! ou A Herança de Hastur!, terras sendo assoladas por temporais invocados supernaturalmente, naves espaciais explodindo em chamas, poderes mentais concentrado em cristais e então explodindo de forma selvagem e descontrolada... personagens tendo de encarar difíceis escolhas e sacrifícios ainda mais dolorosos. Um dos prazeres de trabalhar com Marion na Trilogia "Clingfire" foi criar uma grande, abrangente estória que perpassa gerações e desenboca em um retumbante clímax com a adoção da Aliança. Verdi teria adorado isso. Sem falar em Mozart! (Não posso parar de imaginar o que o homem que compôs A flauta Mágica teria feito com Darkover).
Marion era uma entusiasta de ópera de longa data. Quando era uma jovem mulher, ela queria ser uma cantora de ópera, e ela nunca perdeu seu amor por isso. Uma das minhas memórias favoritas dela era irmos juntas escutar Manon Lescaut de Puccini na Opera de São Francisco. Imagino o quanto daquele amor por òperas - música, palavras, cores e movimento se juntando para fazer um todo melhor do que as parte - ajudaram a criar o mundo do Sol Vermelho.
Darkover pode ser somente um planeta, e portanto o termo "espaço" pode ser assunto para questionamento, mas é ópera espacial? O que você acha?"

Agora sou eu mesmo falando. Eu acho que por definição Darkover não é ópera espacial. Pode até se aproximar do conceito, pois tem mesmo muita coisa épica, muitas batalhas que afetam gerações de pessoas, enfim... Mas não se passa no espaço e não é melodramático. É profundo, revelador, misterioso... Mas não melodramático.  Eu acho que só se aproxima do conceito, mas é uma coisa melhor!


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