(SPOILER) Cidade da Magia.
Eu amo profundamente a Marion Zimmer Bradley, já li pelo menos 30 livros escritos por ela e pretendo ler muito mais. E justamente por isso acho que tenho cacife para criticá-la.
Lá na comunidade darkovana do orkut, alguém montou um tópico chamado as coisas que mais odeio em Darkover. Achei ótima a iniciativa, até mesmo porque li ali muita coisa que já pensei ao longo desses anos que leio essa série. Então vamos lá, um dos pontos levantados pela galera na comunidade é a falta de continuidade na série Darkover, piração da Marion, e também aqueles livros que são "mornos", cheios de "blábláblá" que não leva a lugar nenhum.
Originalmente não gosto da trilogia das Renunciantes. Achava as histórias fracas, chatas. Isso quando comecei a ler, com quatorze anos. Recentemente, aos 28, comprei o livro The Alton Gift e então reativei o laran e comecei a reler tudo que é livro sobre Darkover que encontro, pois já tinha me esquecido de muitas coisas.
Reli A casa de Thendara, o primeiríssimo livro Darkover que li. Na época eu achei chato e me apaixonei pela série quando li outros como A Torre Proibida, Os Destruidores de Mundo, O exílio de Sharra e A Herança de Hastur. Mas agora reli com uma ótica feminista, encontrei vários conceitos que são modernamente discutidos por quem estuda as forças do feminismo e vi isso bem claro no contexto darkovano, então achei mais interessante nessa segunda lida.
Mas aí começam as viagens da Marion. O livro é todo morno, parece que é uma preparação para A cidade da Magia. E existe um salto entre um livro e outro, que são os sete anos que Jaelle e Magda passam na Torre Proibida. A galera da Torre Proibida é formada por alguns dos personagens darkovanos mais carismáticos. E Jaelle e Magda também são legais... Mas a história não é contada decentemente, só através de lembranças.
E então as personagens são retratadas no livro Cidade da Magia que acabei de ler exatamente agora.
Putz! O livro tem muitas cenas legais, mas com esse final acho que retomei minha opinião de que os livros da trilogia das Renunciantes são água com áçúcar. Que porra de final foi aquele????
Cidade da Magia exemplifica uma crítica que faço a vários livros da Marion (vários, não todos pois existe muita coisa maravilhosa, senão nem estaria aqui), mas em vários livros ela cria uma tensão imensa mas simplesmente não há clímax. O livro é morno. Ou geladíssimo, já que se trata de uma excursão pelas Hellers. O que que foi isso? Elas viajam na neve o tempo inteiro, com aquela expectativa em encontrar a Cidade perdida da Irmandade. Quase morrem, passam por altas provações e no final... A Cidade tão mencionada nem aparece!! E não há um livro em que ela apareça!!
Gostei do livro mas fiquei muito frustrado com o final. Poxa, eu queria ver a Irmandade, queria ver os detalhes da cidade desaparecida, o caminho pra chegar até lá. Queria ver o que a Camilla descobriria, mas se não me engano não há mais referencias à Camilla no restante da saga!
O foda é que a Deborah Ross, que é a seguidora da Marion e está terminando os livros inacabados dela, segue na mesma linha de incoerencia, cria uma série de personagens mas não explica os furos da história.
O que aconteceu com a Camilla afinal de contas? E a Magda, abandonou as crianças na Torre? Já li O Sol Vermelho, tenho esse, mas vou reler pra ver se encontro alguma referencia.
A Deborah Ross poderia cobrir esses furos da Marion!!
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ResponderExcluirJá eu gostei muito de Cidade da Magia. Gostei de toda aquela viagem, era como se eu estivesse lá congelando com elas. E muita gente reclama do final, mas eu também gostei. Gosto de um clima de mistério. E a própria Marion disse que esse é um livro sobre uma jornada, não sobre encontrar o destino. Que o importante é como os personagens crescem por causa da procura, não pelo que encontram. Gosto desa ideia.
ResponderExcluirE sobre a Magda, ela aparece bem rapidinho num flashback em O Sol Vermelho.
-- André.